O vaginismo é uma contração involuntária dos músculos ao redor da entrada da vagina, que dificulta a penetração e causa dor durante o ato sexual.
Categoria: Saúde Sexual Feminina
5 Causas de Vaginismo – Dor Durante o Sexo
O que é vaginismo?
No vaginismo a mulher contrai involuntariamente a musculatura da vagina de tal forma que até os exames ginecológicos ficam comprometidos. Outras situações do cotidiano como colocar um absorvente interno não é tão simples e banal como é para as demais mulheres. Por trás destas dificuldades, existe uma sensação de medo que influencia diretamente no quadro do vaginismo. A idéia que estas mulheres tem é a de que o ato sexual será muito doloroso havendo um bloqueio a nível psíquico, que reforça o estreitamento da musculatura vaginal, gerando incômodo, ardência/ latejamento e sensação de desconforto com a entrada do pênis.

A respiração pode ficar ofegante e curta durante as tentativas de penetração e a mulher pode desenvolver aversão ao sexo por causa da dor ou do fracasso. Por outro lado, apesar do nítido bloqueio que faz com que a mulher literalmente se feche, ela continua a ser extremamente capaz de sentir desejo sexual, de ser excitada e de experimentar o orgasmo, considerando qualquer relação sem penetração como prazerosa e até muito satisfatória.
Ansiedade e Temor
A mulher começa a antecipar a angústia e o medo sempre na iminência da penetração. Quando costuma ceder ao ato sexual, acaba por convencer-se de que irá reviver todos os sintomas dolorosos de tentativas anteriores frustradas. Qualquer tipo de temor pode provocar elevada apreensão da mulher na hora do sexo. Seja o medo de sentir dor na penetração, de desenvolver algum tipo de tumor (câncer), de pegar uma doença sexualmente transmissível, medo de engravidar ou da insistência do parceiro para transar sem a sua vontade, tendo o receio de não ser tratada com o mínimo de tolerância.

Problemas na relação amorosa
A evitação da mulher para o ato sexual causa grande sofrimento e frustração no casal. O bloqueio pode ser uma defesa da mulher frente ao desgaste da relação amorosa. O entregar-se na relação sexual, permitindo ser possuída e penetrada, pode estar comprometida pelos seguintes motivos: baixa confiança no parceiro, perda da admiração, falta de zelo e cuidado, não se sentir amada, desejo de punir o parceiro por ciúmes, traições, vícios ou até mesmo sentimentos de superioridade ou desprezo.

Muitas mulheres também estão dispostas a aguentar certa dor e desconforto durante a penetração por acreditarem que esse sacrifício é uma obrigação conjugal que deve ser suportada. Experiências sexuais insatisfatórias como não ser estimulada o suficiente, tentativa de penetração forçada, enfim, submeter-se a qualquer forma de relação sexual imposta ou não desejada pode contribuir para a diminuição do afeto e perda da confiança pela mulher.
Vivências Traumáticas

As experiências sexuais traumáticas acabam por formar uma auto-imagem negativa. A mulher pode carregar sentimentos de vergonha, inadequação, se esquivar de ser observada nua, achar que não é atraente o suficiente e não se sentir digna de ser tocada com desejo e amor, desconfiando sempre das intenções de seu par amoroso. A mulher também pode desenvolver uma personalidade passiva (delicada e sensível demais), autoritária (escolhendo homens geralmente com baixa assertividade e submissos) ou auto suficiente (vendo o homem como objeto sexual e reprodutor apenas). Por trás dessas personalidades podem estar um histórico de abusos sexuais sofridos por ela ou por pessoas muito próximas, agressões, estupro, ter presenciado cenas de sadismo, relatos distorcidos ou assustadores a respeito do sexo.
Experiências repressivas e punitivas

A mulher com vaginismo pode ter crescido num ambiente familiar muito castrador, machista, cheio de tabus e proibições sobre o sexo. O contexto religioso também pode implantar crenças restritivas e punitivas sobre a prática sexual: “De que a mulher deve permanecer pura até o casamento”; “Que o sexo é pecaminoso e impuro”; “Que a mulher quando se relaciona com mais de um homem é promíscua”; “que o homem irá usá-la e jogá-la fora”.
A desinformação a respeito do sexo pode contribuir para que alguns jovens não se sintam preparados para o ato sexual, pois não o coloca como uma possibilidade: seja pelo medo da repreensão moral ou divina. Isso pode fazer com que durante a exploração do corpo um do outro, a menina fique vulnerável deixando acontecer a penetração sem proteção o que depois pode causar sentimentos de culpa e medo de engravidar, por exemplo. Assim, uma jovem saudável pode começar a desenvolver um quadro vagínico que pode acompanhá-la dali por diante.
Estereótipos de gênero
As influências sexuais culturais recebidas a respeito da figura feminina podem ser reducionistas, limitantes, transformando o ser mulher em ser objeto, baseada em propagandas machistas e apelativas: são as mulheres frutas, as cachorras, as preparadas e tantos outros estereótipos por aí difundidos. Talvez isso contribua para um sistema de defesa psíquico da mulher no qual o homem pode ser encarado como alguém que deseja apenas usá-la ou que irá descartá-la, afinal com tantas mulheres das cervejas aparecendo por aí…

Assim a idéia de ser penetrada por um homem que represente esta mentalidade, transmite a sensação de vulnerabilidade, podendo a mulher optar por se tornar “indefesa” submetendo-se a uma relação submissa e insatisfatória ou extremamente auto suficiente, protegendo-se das possíveis fantasias de abuso e abandono do homem que irá trocá-la um dia.
O vaginismo é uma disfunção sexual de caráter psicossomático e sua abordagem deve focar o aspecto médico e psicológico. O atendimento deve envolver o casal para o sucesso da terapia sexual. Continue no site explorando mais informações sobre as causas psicológicas das disfunções sexuais femininas e masculinas.
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